terça-feira, janeiro 16, 2007


A estória de um clube que procura reescrever a sua história

Amigos, encontrei este texto muito interessante no blog "MEGAFONE". Para quem gosta de futebol e o entende como um fenómeno de massas, um study case sociológico, acho imperdível. Sei que muitos não o lerão na sua totalidade pois parece mais um texto anti-portista. Sim, é. Aliás, ainda é pior, faz a apologia do Benfica! Imagine-se! (e eu não sou benfiquista...), mas sobretudo não é um texto primário e procura de forma fundamentada analisar a história desse grande clube que é hoje, sem dúvida, o FCP. É claro que não podemos dar como verdade absoluta tudo o que se escreve. Afinal o mesmo facto pode ser interpretado de formas diferentes, por isso é que os historiadores muitas vezes divergem nas suas opiniões, por isso é que isto tem piada. Para quem gosta da história do futebol apenas.


"Se o FC Porto consegue viciar factos históricos...

PORQUE NÃO VICIARÁ TAM BÉM FACTOS DESPORTIVOS? PARTE I
A história oficial do FC Porto é na actualidade uma mistificação da realidade. Deturpam-se factos, acontecimentos e atitudes, no sentido de promover o actual presidente, e justificar porque não é o FC Porto, na actualidade, o melhor clube português.Acaba de ser editado mais um livro, que pretende, mais uma vez, interpretar a história, baseando-se em factos sem documentação coeva, mas sim em "lugares comuns" imaginados, criados e desenvolvidos em círculos portistas, com o objectivo, aliás simplista, de criar "lenda", ou seja, deturpações da realidade, com adulteração dos factos reais. Nesse livro da autoria de Rémulo Jónatas e Bernardino Barros, "Mui Nobre e sempre Invicto Clube do Porto" são deturpados factos em que o Benfica é visado. Por isso nunca deixaremos de nos indignar e repor a verdade, doa a quem doer! Ainda que compreendamos que estes dois autores, bem assim como muitos outros, têm de produzir materiais para justificar as posições que ocupam, muito pelo facto de estarem aí, por ser do interesse estratégico do FC Porto e dos seus dirigentes!

CONTROLo ESTALINISTA DA HISTÓRIA.
Tudo o que é anterior à presidência do FC Porto é referenciado entre o "oito e o oitenta". Até aos anos 70, os sucessos são elevados ao épico, ou seja grandes realizações do "querer portista", face aos obstáculos colocados, pelo poder político e desportivo de Lisboa, e em particular do Benfica. Enquanto os insucessos foram "enormes maquinações diabólicas" contra o FC Porto, pelos mesmos agentes. Foram abandonados, olvidados e ostracizados os autores e historiadores portistas, contemporâneos dos acontecimentos, que viveram os factos e que se basearam em documentos do clube, para historiarem o FC Porto, sendo o caso mais absurdo o esquecimento do maior historiador dos primeiros 50 anos do FC Porto, António Rodrigues Teles. Em contrapartida, emergiram autores conotados com a estratégia de Pinto da Costa, que controlam a "produção histórica do clube", que se vão citando uns aos outros, desde o pianista Rui Guedes, a Manuel Dias, Álvaro Magalhães, Alfredo Barbosa (este o actual historiador oficial), João Nuno Coelho e, agora, Bernardino Barros e Rémulo Jónatas.A história do FC Porto anterior ao actual presidente da Direcção deixou de ser a "verdadeira", para permitir ser vista e entendida numa posição estratégica. Ou seja, Pinto da Costa não aparece nos anos 70, na história do clube, como uma consequência do passado, mas Pinto da Costa é também a causa do passado! Nem os totalitarismos que por diversas vezes assolaram a história da humanidade conseguiram ir tão longe, porque tiveram sempre, dentro de si, algo ou alguém que nunca pactuou com essas "lavagens". Algo que não ocorre no FC Porto! Toda e qualquer pessoa, que tenha uma visão diferenciada foi silenciada e ostracizada. Apenas… deixou de existir. Passou a haver uma "verdade oficial" repetida até à exaustão, por gente servil que depois passam a "mensagem" para os media onde se instalaram, ou melhor, onde os instalaram! Daí que a comunicação social reproduza, sem rebuço, aquilo que interessa ao FC Porto!

ANOS DE IMPLANTAÇÃO (1906/1935).
O que pretendemos é esclarecer e repor a verdade nas ocorrências, mostrando as falsidades, referidas no citado livro. Mas interessa, para melhor compreensão, para quem não domina a história do futebol português e muito menos a do FC Porto, entender, ainda que sumariamente, o que era e como estava o FC Porto, durante os primeiros anos da sua existência.O FC Porto, fundado em 2 de Agosto de 1906 por José Monteiro da Costa, não sendo o clube mais antigo da cidade, cedo se tornou o maior clube do Porto.Desde finais do século XIX que a vasta colónia inglesa disputava jogos de futebol no Campo Alegre, também conhecido popularmente por Campo dos Inglesinhos. Os principais clubes, de ingleses e seus amigos portugueses, eram o Real Velo Club do Porto (29 de Outubro de 1892), o Oporto Cricket Club (1893) e o The Boavista Footballer's Club, este o mais recente, fundado em 1 de Agosto de 1903. A pretensa fundação do FC Porto em 28 de Setembro de 1893 não passa de uma charada. Não sendo do âmbito do esclarecimento que pretendemos dar com este artigo, não vamos fazer considerações acerca deste assunto. Mas sobre ele não há qualquer dúvida, pois os autores contemporâneos desses acontecimentos nunca duvidaram da fundação do FC Porto em 1906, porque a "presenciaram e viveram". Foi isso que fez António Rodrigues Teles, quando publicou em 1933, a "História do Foo-tball Club do Porto, 1906 - 1933", numa edição de "O Porto Desportivo"; seguindo-se em 1954 uma edição remodelada, actualizada e revista, a "História do Futebol Clube do Porto, 1906 - 1954", numa edição do FC Porto. Aliás, como é revelador, os títulos das obras dizem tudo! Na actualidade, esta obra foi completamente renegada pelo poder portista vigente. Algo vergonhoso, até pela ostracização desse grande e dedicado portista, António Rodrigues Teles.

MORTE DE MONTEIRO DA COSTA.
Em 1906, com a fundação do FC Porto, a estrutura do futebol na cidade do Porto modificou-se radicalmente. Isto porque se até aí o futebol portuense era elitista, jogado entre a aristocracia inglesa e alguns dos seus amigos portugueses, Monteiro da Costa deu um novo rumo ao futebol, pois fez do FC Porto um clube popular, trazendo para o clube portista, futebolistas de reconhecido valor, independentemente da sua origem social. Tendo como exemplo o FC Porto, surgiram rapidamente na cidade e arredores inúmeros clubes, alguns de origem bem popular, que em breve dotariam o Porto de condições para se disputar competições, permitindo a fundação da Associação de Futebol do Porto em 10 de Setembro de 1912, a terceira a ser criada em Portugal, depois de Lisboa (23 de Setembro de 1910) e de Portalegre (29 de Novembro de 1911). Em relação à proliferação de novos clubes no Porto e arredores, há a destacar o Leixões SC (28 de Novembro de 1907), Sport Club Progresso (8 de Agosto de 1908), Académico FC (3 de Março de 1911) e o Sport Porto e Salgueiros, depois Sport Comércio e Salgueiros (8 de Dezembro de 1911).O FC Porto crescia de um modo sustentado, só que José Monteiro da Costa faleceu muito cedo, em 30 de Janeiro de 1911, aos 29 anos, tinha o clube que fundara em 1906, apenas quatro anos e cinco meses de existência! Mesmo só estando como dirigente nos primeiros cinco anos de existência do clube, deixou já implantado no desporto português o FC Porto. Após a sua morte, o FC Porto tomaria um rumo muito diferente!

ATITUDES E VEXAMES.
Tendo uma força incomparavelmente superior aos restantes clubes, não tendo mesmo, na cidade e região, clube rival, mas apenas rivalidades esporádicas, fruto da circunstância de em determinadas épocas existirem emblemas que lhe iam colocando mais dificuldades, mesmo assim os portistas, usavam e abusavam da força que tinham, para sem pudor atingirem desproporcionadamente esses clubes mais pequenos, desde tirar-lhes futebolistas, mesmo equipas completas, a formarem secções desportivas, fazendo transferir estruturas quase completas de outros clubes mais vocacionados para outras modalidades, que não o futebol. E muitas vezes, vezes demais, abusaram dessa força para humilharem esses clubes mais pequenos, incapazes de se opor a um gigante imparável. O certo é que o FC Porto criava e alimentava, ano após ano, inimizades que em crescendo se tornavam cada vez maiores, mais gigantescas, porque tinha contra si todos os outros pequenos clubes, numa espécie de "a união faz a força, contra o FCP". Após Monteiro da Costa, os dirigentes, com primazia para os presidentes, passaram a ser pessoas conotadas com o poder vigente em Portugal, entre a Primeira República e o Estado Novo! Ainda que personalidades da "política regional portuguesa", desde militares da região, magnatas financeiros a políticos responsáveis pelos organismos regionais, mesmo os repressivos, do Estado Novo! Se alguém tem dúvidas, que leia os nomes dos dirigentes (e dos presidentes) do FC Porto entre 1911 e 1974!“Já em 1920 a imprensa “lisboeta” era contestada. Desengane-se quem pensa que as queixas contra o tratamento reservado pela imprensa de Lisboa aos feitos do FC Porto apareceram apenas com Jorge Nuno Pinto da Costa. Já em 1920 um jogador do clube azul e branco escreveu uma carta a “O Primeiro Janeiro”, que o histórico jornal portuense então publicou na íntegra, em que se queixava da forma pouco digna como a imprensa lisboeta se referiu à vitória do FC Porto sobre o Benfica (a primeira, em Abril de 1920), nem sequer mencionando o resultado final, favorável aos nortenhos, por 3-2." Extraído de “Mui Nobre e Sempre Invicto Clube do Porto”(2006), de Bernardino Barros

COMO SE INVENTAM ESTORIETAS!
Como se pode observar na imagem que inserimos de um jornal da época - O Sport de Lisboa - o resultado foi registado e publicado. E até podíamos publicar muitas outras imagens de outros jornais de Lisboa, acerca do mesmo assunto. Fazer afirmações destas, sem consultar as fontes para verificar a veracidade, não é apenas grave em termos profissionais... é mesmo delírio dos autores do livro. A menos que tudo não passe de uma estorieta, para ajustar necessidades de ilustrar temas!Se o FC Porto consegue viciar factos históricos porque não viciará também fact os desportivos?

DOS ANDRADES ÀS “MA NOBRAS NOS BASTIDORES”PARTE II
Continuamos a mostrar como os portistas procuram justificar atitudes actuais com elaborações mistificadas da sua história, servindo-nos de um livro publicado há pouco tempo.OS ANDRADES! No início dos anos 30, o FC Porto passava já por dificuldades, digamos que morais, tendo praticamente metade da cidade contra si, por tudo aquilo que vinha fazendo (de mal) há praticamente duas décadas. Os portistas nunca permitiram a criação de um clube rival, destruindo sempre as equipas que momentaneamente lhes pudessem fazer "sombra"! O culminar de todo o continuado achincalhamento dos pequenos clubes, dá-se em 1933, com o célebre "Caso dos Andrades". Este caso, sendo complexo, está relacionado com a partilha do campo do Ameal, utilizado por um pequeno clube, o Sport Progresso. O espaço arrendado pelo Sport Progresso, onde estava o campo, pertencia a uma família de apelido Andrade. Quando dois dos filhos tomaram posse dessa propriedade, um deles, adepto do FC Porto obrigou o Sport Progresso a ficar sem esse espaço, porque indiferente aos apelos do outro irmão, adepto do Sport Progresso, afirmou que preferia que não houvesse campo, a ele continuar arrendado ao Sport Progresso. Se o FC Porto, um colosso desportivo nacional, tinha um pequeno campo, o da Constituição, porque haveria de ter o insignificante Sport Progresso o melhor campo desportivo do Porto! Se não era para o FC Porto também não era para o Progresso. O caso correu nos tribunais, mas o "Andrade portista" conseguiu dividir o campo em dois: uma parte para ele, outra para o irmão, inviabilizando a possibilidade de se poder jogar. O Sport Progresso entrou em agonia, sem campo, nem possibilidades financeiras de conseguir outro espaço, deixando de competir. Mais tarde, o espaço onde esteve o campo foi loteado para construção de prédios urbanos. Depois desta vergonha, os adeptos portistas passaram a ser vistos como pertencentes a um clube arruaceiro que não olhava a meios para atingir os fins. Os pequenos clubes, ou seja, os seus dirigentes, adeptos, simpatizantes e atletas incompatibilizaram-se definitivamente com o FC Porto. Tomaram para si a afronta que o poderoso FC Porto fizera a uma pequena colectividade, como o Sport Progresso, sentindo-se todos atingidos. Foi como se o FC Porto não afrontasse apenas o Sport Progresso, mas sim todos os outros clubes da cidade e arredores. Ninguém no Porto, mesmo pessoas que nada ou pouco ligavam ao futebol, ficou indiferente! Era o "Gigante" a vencer e a humilhar, ou seja a escarnecer um "anão" já prostrado. Metade da cidade do Porto passou a odiar o FC Porto, enquanto a outra metade se "refugiava" no clube, idolatrando-o. O epíteto de Andrade, porque recordava a malfeitoria do início dos anos 30, tornou-se um estigma para os portistas, que acarretavam o ódio dos simpatizantes dos outros clubes. Ainda na actualidade, há muitas pessoas na cidade do Porto que são acérrimos portuenses e que odeiam o FC Porto. A raiz desse ódio reside nas atitudes do FC Porto, ainda que poucos saibam porquê! Passou de geração em geração, perdendo-se o significado, por muitos nem saberem a origem e história desse nome pérfido! Só com grande capacidade de "intervenção" no pós Pinto da Costa", entre a classe política portuense, a sociedade nortenha e nos media da cidade, se conseguiu fazer esquecer essa vergonha de ser Andrade!

CRISES DIRECTIVAS! (1935/1940).
O FC Porto atravessa os anos 30, atulhado em acrescidas dificuldades financeiras e perdendo associados, sem apoio entre os desportistas do Porto e arredores, despeitado por grande parte dos cidadãos portuenses e a sentir desconfiança entre algumas das entidades mais importantes da cidade, revelando-se incapaz de cativar as gerações mais novas. Estas dificuldades vão reflectir-se nas prestações desportivas do FC Porto no campeonato nacional. O clube acumula graves problemas directivos, não conseguindo mesmo formar direcções, sendo por isso necessário nomear comissões administrativas, que são incapazes de estancar os problemas financeiros, as dificuldades de implantação social na cidade e o agravar das prestações desportivas.

PODERES INSTALADOS!
"O que se pode apelidar de 'Grande Depressão' portista começou, então, no início da época de 1940/41, talvez com a irradiação por ordem da Federação Portuguesa de Futebol do presidente que tinha estado à frente da equipa nos anos do 'bi', Ângelo César. Ele que se viu expulso pelo órgão que zelava pelos destinos do futebol nacional por nunca calar a revolta contra 'os jogos de bastidores e más arbitragens em prejuízo do FC Porto'. Curiosamente, ou talvez não, a saída de César coincidiu com o início de uma série de jogos em que o trabalho das equipas de arbitragem foi, no mínimo, muito discutível... sempre em desfavor dos portistas."Vem de longe a indignação face aos poderes instalados. "Tal como as queixas de jogadores e adeptos do FC Porto acerca do tratamento diferenciado que a imprensa de Lisboa reservava aos azuis e brancos, também as acusações vindas de presidentes portistas a propósito de 'poderes instalados' contra o clube remontam muito antes da 'vigência' de Pinto da Costa. Já em 1940 esse tipo de discurso custou inclusivamente a irradiação do presidente do FC Porto então em exercício, o polémico Ângelo César. Num altura em que já reinava a ditadura salazarista, e a perigosa censura que com ela chegou, nada calava o líder dos dragões, que acusava a FPF de querer participar numa tentativa de colonização do Porto por parte de Lisboa, e os árbitros de tudo fazerem para manter o Sporting e o Benfica no topo. Revelou ainda a existência de elaborados jogos de bastidores destinados a derrubar o seu clube. Acabou irradiado pela Federação, entrando para o seu lugar Pires de Lima, um futuro ministro de... Salazar." Extraído das páginas 19 e 20 de "Mui Nobre e sempre Invicto Clube do Porto" (2006), de Bernardino Barros. É preciso ter... lata! Então o FC Porto foi claramente beneficiado pela arbitragem, como já demonstrámos num artigo intitulado "Eles querem reescrever a história, deturpando-a...”, publicado em 17/11/2006, com o árbitro setubalense Henrique Rosa, que acabaria mais tarde como empregado portista, a anular ao Benfica, um golo legal no último minuto da última jornada, que daria o quarto título consecutivo de campeão nacional ao Benfica, revertendo-o para o FCP e, segundo os autores deste livro, o presidente Ângelo César foi irradiado por "revelar ainda a existência de elaborados jogos de bastidores destinados a derrubar o seu clube". O que se passou foi que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) instaurou um processo ao FC Porto pelo facto deste clube ter abandonado o terreno de jogo na 2.ª mão das meias--finais da Taça de Portugal em 1938/39. (Ver o artigo referido). Seguiu-se um inquérito, provando-se que partira dele a brilhante ideia de abandonar o jogo, com o Congresso da FPF, em 1939, a pronunciar-se favoravelmente à sua irradiação. Este assunto pode ser facilmente comprovado com as imagens que publicamos, retiradas de publicações da época. Excerto de um artigo publicado na página 12 da revista "Stadium" n.º 385, em 28 de Junho de 1939.Excerto de um artigo publicado na página 12 da revista "Stadium" n.º 389, em 26 de Julho de 1939.Aliás, felizmente ainda há pessoas que presenciaram os acontecimentos em 1939, quer no último jogo do campeonato no Porto, como por exemplo o jogador Guilherme Espírito Santo e na bancada o suplente Joaquim Macarrão, bem como Julinho, então futebolista do Boavista FC; quer nas Amoreiras - Espírito Santo em campo e Macarrão como espectador. Entre milhares de benfiquistas na bancada estava, acompanhado pelo pai, o eng.º Abreu Rocha que com onze anos se lembra de ver o presidente portista a gesticular para o campo, seguindo-se a saída do grupo de jogadores portistas, apenas por serem incapazes de "segurar" um resultado que lhes era favorável por 6-1, estando a perder na 2.ª mão por 0-6! Atitudes de (ir)responsáveis, que nunca poderiam ficar impunes! Se em 1939, Ângelo César "mantém muitas reticências" em aceitar cargos directivos na assembleia geral do FC Porto, em 1939, isso deve-se ao processo que estava em curso, que lhe seria desfavorável, como era já evidente.

MANOBRAS PARA NÃO CAIR NA II DIVISÃO.
O FC Porto nos anos 40/50 é uma agremiação desportiva desacreditada entre os futebolistas portugueses, entre a sociedade portuense e os organismos federativos. Sem dinheiro e sem associados, nem as direcções do clube resistem, havendo necessidade de nomear "comissões administrativas". O modo como o FC Porto desfazia as possíveis rivalidades, fez com que nunca tivesse um clube ou clubes que se lhe opusessem continuadamente. Entre 1913/14 e 1938/39, disputaram-se 26 regionais, com o FC Porto a vencer… 24, apenas não triunfando no primeiro, conquistado pelo Boavista FC e no 5.º em 1917/18, pelo SC Salgueiros, mas este custaria "bem caro" ao popular clube de Paranhos. Seguir-se-ia um período de 21 títulos consecutivos dos portistas, muito à custa de decisões salomónicas e de arrasar a concorrência, mas também por isso haver tanto ódio dos outros clubes da cidade para com o FC Porto. Assim, em três temporadas, entre 1939/40 e 1941/42, o FC Porto perde tantos títulos regionais - dois - como nas 26 épocas anteriores! O FC Porto até no campeonato regional do Porto revela dificuldades competitivas, inusitadas para um clube colossal, face a rivais tão depauperados, vítimas dos seus abusos ao longo dos anos. A menos que também aí, nos Regionais da AF Porto, se fizessem sentir as "mãozinhas invisíveis" do Benfica e da FPF! É ridículo! Até 1947, desde 1935, não havia "quadro competitivo formado", com promoções e despromoções, no Nacional. O apuramento para os campeonatos nacionais fazia-se através dos Regionais, disputados no início de cada temporada. Os dois primeiros classificados do Regional do Porto seguiam para a I Liga (I Divisão depois de 1938/39) e os seguintes para a II Liga, depois II Divisão. Pois em 1939/40 e 1941/42, o FC Porto ao classificar-se em 3.º lugar, não foi jogar, como deveria ter ocorrido, na II Divisão, mas sim na I Divisão, à custa de dois alargamentos. Para "um clube perseguido não esteve mal!"

A ÉPOCA DE 1939/40.
Este campeonato até chegou a estar suspenso, porque a Associação de Futebol do Porto não queria homologar a vitória do Académico FC com o FC Porto, porque esse resultado colocaria os portistas na II Divisão! Fantástico! Em 1939/40, quem patrocinou esse primeiro alargamento (de oito para dez clubes), para existir um número par, foram os amigos de… Setúbal. Assim, por Setúbal em vez de se apurar apenas o campeão regional, que nessa época foi o FC Barreirense, entrou também o vice-campeão, Vitória FC. Amigos… amigos! Em 1941/42. A Associação de Futebol de Lisboa (AFL) já não foi na "cantiga" e afirmou que se houvesse alargamento (de 10 para 12 clubes) para entrar o FC Porto, então o clube que entraria seria (e assim foi!) o Unidos FC (5.º por Lisboa), porque a AFL apurava quatro clubes. Até porque, causou algum espanto, aquando do "primeiro alargamento" em 1939/40, a facilidade com que o FC Porto se desembaraçou nos dois jogos com o "outro parceiro do alargamento", o Vitória FC, pois os portistas venceram os setubalenses por 11-0 e 4-0, este em Setúbal!Perante todos estes factos, Lisboa é que manobrava. Então não é!Se o FC Porto consegue viciar factos históricos porque não viciará também fact os desportivos?

A DESMISTIFICAÇÃO DOS CALABOTES PARTE III
Continuamos a mostrar como os portistas procuram justificar atitudes actuais com elaborações mistificadas da sua história, servindo-nos de um livro publicado há pouco tempo.GRANDE DEPRESSÃO (1941/1955). Afogado em dívidas, contradições e problemas, o FC Porto revelou-se durante 15 temporadas, entre 1940/41 e 1954/55, um clube muito débil, sem apoio na cidade. No Nacional da I Divisão, obteve algumas classificações muito fracas: 7.º (1942/43 com nove derrotas), 6.º (1945/46 com 11 derrotas), 5.º (1947/48, sete derrotas, e 1949/50 com 12 derrotas) e por seis vezes o 4.º lugar! Foi por diversas vezes goleado: 1942/43 (D 2-12 com o Benfica), 1944/45 (D 2-7 com o Benfica, D 1-8 com o GD Estoril Praia e D 2-6 com o CF "Os Belenenses" em casa), e 1949/50 (D 0-6 com o SC Braga), entre muitas outras. "Bela Guttmann. Foi chegar, ver e vencer, pelo treinador que sairia para o Benfica no final da temporada de forma pouco clara e, disseram os portistas, desonesta (Os azuis e brancos tentaram várias vezes renovar-lhe o contrato e ele foi dizendo que 'havia tempo de sobra para isso', quando já tinha um acordo com o Benfica e casa alugada em Lisboa). Ele que bateu o seu futuro clube num campeonato disputado 'taco-a-taco' entre dragões e águias, mas que nem mesmo a acção de Calabote (quem mais?) a favor dos encarnados, na última jornada da prova, afastaria o Futebol Clube do Porto do segundo título em quatro temporadas." Extraído da página 26 de "Mui Nobre e Sempre Invicto Clube do Porto" (2006) de Bernardino Barros.

BELA GUTtMANN.
Este treinador não foi desonesto, nem o Benfica utilizou processos pouco claros. O treinador húngaro, "um mago da bola", apercebeu-se, quando ainda estava no FC Porto, do potencial do Benfica - dirigentes, futebolistas e simpatizantes - no sentido de fazer "figura" na recentemente criada Taça dos Clubes Campeões Europeus (TCCE). Daí ter, aquando da assinatura do contrato, pedido uma verba para conquistar a TCCE, que foi prontamente aceite, perante o "espanto de todos" porque ninguém acreditava que em Portugal se pudesse apear os clubes espanhóis, italianos, ingleses, alemães e até franceses de lutarem por essa conquista! Aliás, se o treinador magiar foi desonesto em 1959, porque o contrataram, de novo, em 1973/74?!Contra tudo e contra... Calabotes. "Chegados empatados à última jornada do campeonato de 1958/59, Benfica e FC Porto foram ainda assim os protagonistas secundários de um intenso e dramático final, culpa da actuação do actor principal, o árbitro escalabitano Inocêncio Calabote. Em caso de vitória das duas equipas, a única forma de o Benfica ser campeão era conseguir uma diferença de mais quatro golos do que o resultado do rival nortenho, de modo a suprimir a diferença que separava as duas equipas no 'goal-average'. A turma da Luz recebia no seu estádio a CUF, enquanto os do Porto viajaram até Torres Vedras para defrontar o Torreense. A farsa começou logo com a complacência de Calabote para que o jogo dos encarnados começasse oito minutos depois da hora prevista, dando assim oportunidade a que no final do encontro se soubesse qual o resultado em Torres Vedras. Marcou ainda três grandes penalidades a favor do Benfica e, já não bastasse, deu 12 (?!) minutos de descontos sem que nada no decorrer do jogo o justificasse. Tendo a última informação que chegou à Luz dado conta de uma vitória portista por 2-0, o 7-1 das 'águias' chegava para consumar o 'trabalho' de Calabote. Puro engano! O tento de Teixeira, apontado já em cima do final e que fechou o 'placard' em 3-0 para os dragões, escapou à 'marosca' montada, e o FC Porto foi assim um justo campeão. Contra tudo e contra... Calabotes!" Extraído das páginas 26 e 27 de "Mui Nobre e sempre Invicto Clube do Porto" (2006) de Bernardino Barros.Excerto do comentário de Alfredo Farinha publicado na página 9 do jornal "A Bola" n.º 1925, em 23 de Março de 1959Excerto do comentário publicado na página 5 do jornal "Record" n.º 807, em 24 de Março de 1959Excerto do comentário de Guilhermino Rodrigues publicado na página 4 do jornal "Mundo Desportivo" n.º 2172, em 23 de Março de 1959

HÁ DOIS CALABOTES!
A "maior mentira contada" do futebol português tem aqui uma nova versão. Se para os sportinguistas o árbitro eborense (e não escalabitano, como se afirma no livro) deu nove minutos de desconto, para os portistas já vai em… 12 minutos. Havendo certamente "vontade" em subir a parada! Pois não foram, 12, nem nove, nem seis, mas… três ou quatro, segundo as crónicas dos jornais da época, cujas imagens publicamos. Quando houver oportunidade (e espaço) voltaremos a este assunto que merece uma explicação pormenorizada, acerca do que aconteceu de facto, não só nesse jogo, mas em toda a temporada! Para a última jornada o Benfica tinha quatro golos de desvantagem face ao FC Porto! Face aos acontecimentos ocorridos durante a prova, e às "relações privilegiadas entre portistas e cufistas, o Benfica decidiu entrar em campo mais tarde, após ter início em Torres Vedras o SCU Torreense - FC Porto, mesmo tendo que ser multado. O árbitro não tinha que ser complacente, pois face aos regulamentos os clubes podem entrar em campo até 30 minutos (actualmente é uma hora) depois da hora aprazada para o começo. Seja-se rigoroso! O Benfica entrou seis (e não oito como se quer fazer crer no referido livro) minutos depois das 15 horas. Após um jogo em que os futebolistas da CUF passaram o encontro a bater bolas para as bancadas e a "queimar tempo", o árbitro decidiu "dar três a quatro minutos de compensação". Nada de anormal. Toda esta história tem sido reinventada ao longo dos anos para justificar pretensas ajudas dos árbitros ao Benfica. Como que a dizer: "Se nós agora somos beneficiados, o Benfica já o foi!"

E EM TORRES VEDRAS?
Mas, que benefício teve o Benfica em 1958/59, já que o FC Porto foi campeão, por um golo? E o jogo do Benfica decorreu cerca de 12 minutos para lá do final do encontro dos portistas em Torres Vedras! Então se o árbitro "quisesse" que o Benfica vencesse não arranjava maneira de conseguir tal? Ou tudo não passa de uma "grande encenação" para esconder a actualidade e… o que realmente se passou em Torres Vedras, onde foram expulsos pelo árbitro Francisco Guiomar, de Beja, dois jogadores do Torreense: o primeiro, Manuel Carlos, aos 19', com o resultado em 1-0; mas o 2.º a dois minutos do final (88') quando havia 2-0, conseguido na jogada anterior (e o Benfica já estava com 7-1, ou seja estava de momento na frente do campeonato). E este jogador, Saldanha de Torres Vedras foi expulso, logo após o 2-0 e antes do 3-0, por ter chutado a bola para a bancada, para "queimar tempo", após o 2.º golo portista. "Queimar tempo", foi o que a CUF fez durante 90 + 4 minutos, como é referido em todas as crónicas. Mas, nenhum futebolista da CUF foi expulso! Foi com o SCU Torreense reduzido a nove jogadores que o FC Porto, aos 89', fez o 3-0 com que conquistou o campeonato! Haja rigor e verdade!Se o FC Porto consegue viciar factos históricos porque não viciará também factos desportivos?

MESTRE PEDROTO, ENTRE OS JOGOS DE CARTAS E OS DE MANIPULAÇÃO PARTE III-B
Continuamos a mostrar como os portistas procuram justificar atitudes actuais com elaborações mistificadas da sua história, servindo-se de um livro publicado há pouco tempo.OS ANOS DE SOFRIMENTO (1960/1977). Na década de 60 e na primeira metade dos anos 70, durante 18 épocas, o FC Porto não conseguiu qualquer triunfo no campeonato nacional da I Divisão. Mas não se pense, como querem fazer crer os portistas, que o FC Porto era um "clube derrotado" que se afastava com facilidade dos triunfos. Nos dez nacionais dos anos 60, entre 1959/60 e 1968/69, o FC Porto foi vice-campeão em cinco edições, com quatro 2.ºs lugares consecutivos, entre 1961/62 (com o Sporting CP como campeão) até 1964/65 (num tricampeonato do Benfica). Obteve ainda quatro 3.ºs lugares (sempre atrás do Benfica e Sporting CP) e apenas um 4.º lugar, este em 1959/60 (com o CF "Os Belenenses" em 3.º lugar), numa época em que "defendiam" o título de campeão nacional, conquistado por "apenas mais um golo" que o Benfica, em 1959/60. O FC Porto, mesmo não conquistando títulos, revela-se um clube muito forte, suportado por "mecenas" (entre eles Afonso Pinto de Magalhães), sem clubes rivais na cidade e região (o único que não foi "arrasado" pela política de "terra queimada" dos portistas foi o Leixões SC, porque o Sport Progresso estava aniquilado após perder o Ameal, o Académico FC apercebendo-se da impossibilidade de competir em futebol, tendo um bom campo com pista - o Estádio do Lima, especializou-se no ciclismo e em atletismo, o SC Salgueiros competia na II Divisão e o Boavista FC agonizava na III Divisão), "odiado por meia-cidade e amado pela outra metade", teve algumas oportunidades de conquistar campeonatos, como em 1961/62 em que ficaram a dois pontos do campeão Sporting CP, e principalmente em 1968/69 que terminaram a competição também a dois pontos do campeão, o Benfica. EM 1968/69,

UMA ÉPOCA COM GOLPADAS.
Mas, conseguiram através de uma "golpada bem urdida", alegando que o Benfica tivera 12 jogadores em campo aquando de uma substituição aos 65 minutos, anular o jogo da 4.ª jornada, na vitória por 2-0 do Benfica, obrigando o "Glorioso" a fazer quase a totalidade da competição com "menos um jogo", e em desvantagem pois perdera por 0-1 nas Antas. Conseguiram protelar a repetição do encontro da 4.ª jornada até… depois da visita do FC Porto à Luz na 25.ª jornada, num campeonato com 26 jornadas, em que à vitória correspondiam dois pontos! Ou seja, o jogo da 4.ª jornada foi disputado "no limite", a meio da semana, entre a penúltima (25.ª com um Benfica-FC Porto decisivo) e a última (26.ª), numa deslocação do Benfica a Tomar. Se o FC Porto vencesse na Luz, seria certamente campeão, porque ficaria em vantagem pontual e de resultados entre os dois clubes. Mesmo que o Benfica vencesse o jogo-repetição e o encontro da última jornada, perderia o título! O "Glorioso" com o FC Porto fez um jogo "inteligente de raiva" face a tantas manobras, empatando 0-0, venceu depois o "tal jogo-repetição" com dificuldade por 1-0, ficando com dois pontos de vantagem para a última jornada, chegando um empate, mas vencemos por 4-0, em Tomar, o União local! Campeões com mais… dois pontos que o FC Porto! Era isto a tão propagandeada "perseguição aos portistas"!? E se fosse ao contrário?! É que na época, nem os portistas afirmavam tal, porque cairiam no ridículo face aos factos! Só na actualidade, se inventou (criou…) a ideia da fragilidade e perseguição ao FC Porto, nos anos 60, para valorizar a presidência de Pinto da Costa. Este sim acabou com a "tremideira de passar o Douro" e "pôs na ordem" a arbitragem, o Benfica e a FPF! Alarvidades, que lendo a imprensa da época, de norte a sul, não há referências. Foi tudo arquitectado, já em finais dos anos 70!

ATÉ O SPORTING CP CONSEGUIU MELHOR COM O FC PORTO!
A estratégia do "mecenato" sem sustentação das duas presidências de Afonso Pinto de Magalhães (entre 30 de Maio de 1967 e 1 de Dezembro de 1972) e do Dr. Américo Gomes de Sá (depois de 1972) vão revelar-se desastrosas, devido ao modo descabido de gerir o clube, com muita promiscuidade entre futebolistas, treinadores, adeptos, em particular os dirigentes, que justificavam a "forte ingerência em assuntos técnicos do futebol" com o facto de serem eles o "grande suporte financeiro do futebol portista". Nos oito primeiros Nacionais dos anos 70, aí sim, o FC Porto é mais irregular, obtendo um 2.º lugar (1974/75), dois 3.ºs lugares, três 4.ºs lugares, um 5.º lugar e um 9.º lugar (1969/70), numa das piores épocas da história portista, com 12 derrotas - quatro "em casa" e oito "fora"! Para justificar a incapacidade do FC Porto conquistar títulos, muitas vezes há quem afirme que "se fartou de ver (in loco ou lendo e sabendo) o FC Porto perder jogos com o Benfica, em que os portistas eram sistematicamente prejudicados, mesmo nas Antas!" São afirmações que já vimos (ouvimos) fazer, pelo menos, a dois portistas - Rui Reininho e Miguel Sousa Tavares. Uma (mais uma!) ideia que se procura fazer passar! Só que a verdade mostra outra "realidade". Nestas 18 temporadas sem triunfar na I Divisão, entre 1959/60 e 1976/77, os campeonatos foram conquistados pelo Benfica, com 14, e pelo Sporting CP, com quatro. Pela lógica, vencendo o Benfica "quase quatro vezes mais campeonatos que o Sporting", obteria também mais vitórias com o FC Porto. Mas não foi assim! Em 18 temporadas, houve como é óbvio 36 clássicos entre o Benfica e o FC Porto, e mais 36 jornadas entre este clube e o Sporting CP. Enquanto o Benfica venceu 17 jogos - 11 em casa e seis fora - o Sporting CP venceu por 18 vezes o FC Porto - dez em casa e oito fora! Ou seja, mesmo vencendo apenas quatro Nacionais (contra 14 do Benfica), o Sporting CP obteve mais uma vitória com os portistas, incluindo mais duas vitórias que o Benfica, nas Antas! Para quem se queixa de perseguição do Benfica, os números são elucidativos! É que a verdade, mesmo que queiram, não se engana! E se fosse ao contrário?! Aliás, nas Antas, até a equipa da Académica de Coimbra venceu em quatro, das 18 temporadas sem títulos!EM 1972/73,

ESPOLIADO DA 24.ª VITÓRIA CONSECUTIVA!
Aliás, essa forma do FC Porto procurar justificar o modo como não conseguiu conquistar títulos, porque ao contrário do que se quer fazer acreditar, a população da cidade e região, onde o clube localizava a Sede e o Estádio tinha uma relação de amor/ódio ao FC Porto, pelos motivos que em edições anteriores de "O Benfica" já divulgámos. O "Glorioso" sempre contou no norte, e em particular na cidade do Porto, por ser a mais populosa cidade do norte, com um enorme "grupo" de simpatizantes, muitos dos quais eram do Benfica, por não gostarem (mesmo nada…) do FC Porto e das suas atitudes. O facto do Benfica conquistar títulos europeus na Taça dos Clubes Campeões Europeus (TCCE) e estar presente em finais da TCCE, enquanto o FC Porto, época após época, dificilmente conseguia passar à 2.ª eliminatória das competições europeias - em 15 presenças, até 1976/77, em oito foi logo eliminado (nos 1/32), em quatro nos 1/16 e em três nos "oitavos", nunca se apurando para os "quartos" - fez com que os adeptos portuenses do "Glorioso" se multiplicassem e regozijassem com os sucessos do Benfica e os fracassos dos portistas! O FC Porto só pode encontrar nele - na sua história, a génese da sua impopularidade. Isto porque quanto a resultados em campo, é bom que recordem o 1 de Abril de 1973, na temporada de 1972/73, num campeonato com 30 jornadas, quando nesse dia, na 24.ª jornada, o Benfica chegava às Antas com 23 vitórias em… 23 jornadas, conseguindo 76 golos marcados e apenas dez sofridos. Nesse jogo dominou o FC Porto por completo fazendo o 1-0 aos 15' por Nené e o 2-1 aos 57' por Eusébio. Pois aos 86' o árbitro António Garrido, de Leiria, não nos deixou vencer, assinalando uma grande penalidade inexistente: o nosso guarda-redes José Henrique tinha a bola dominada e bem segura, quando o portista Flávio se atira contra ele. Um "golpe de teatro" que serviu para Garrido assinalar grande penalidade. Uma vergonha! Uma mentira! O empate a dois golos inviabilizou a possibilidade do Benfica contar só com vitórias todas as jornadas desse Nacional! António Garrido acabou por "assumir o erro", ao justificar alguns anos mais tarde, já como funcionário do FC Porto, que "era vergonhoso para o futebol português, um clube sagrar-se campeão só com vitórias". Só nos faltava esta! E se fosse ao contrário!

CAMPEÕES, ENFIM!!!
"No balanço do primeiro ano de "parceria" entre Pinto da Costa e José Maria Pedroto (em 1976/77) conta-se imediatamente um troféu, a Taça de Portugal, conquistada frente ao Sporting de Braga, afinal a primeira vitória numa competição para os portistas desde igual sucesso na "Taça" em 1968, também com Pedroto como treinador. No campeonato, o terceiro lugar sabia a pouco, abrindo, no entanto, excelentes perspectivas para a época que se avizinhava. Ultrapassada a natural fase de transição, é decretado dentro do "balneário" o ataque ao título nacional como o grande objectivo para 1977/78. Entre as estratégias delineadas estava (mesmo que nunca assumida) a "guerra-aberta" contra os grandes da Capital, Benfica e Sporting, assim como contra os alegados poderes que "sustentavam" os seus êxitos. A época conheceu, logo no seu arranque, vários episódios em que os comentários de Pinto da Costa e Pedroto visavam invariavelmente os clubes lisboetas e as ajudas que, afirmavam, estes recebiam dos árbitros. "Se o actual sistema de nomeação dos árbitros não é uma palhaçada, então o que é?", disse Pinto da Costa, enquanto no que toca ao treinador ficou para sempre célebre a afirmação "temos que lutar contra os roubos de igreja"." Extraído da página 32 e 33 de "Mui Nobre e Sempre Invicto Clube do Porto" (2006) de Bernardino Barros.

A TOMADA DE PODER POR ASSALTO!
Há muito para dizer acerca da chegada de Pinto da Costa a cargos de maior responsabilidade no FC Porto, e ainda mais no reforço desse poder. E mais se saberá, com o desenvolver dos acontecimentos que se adivinham; e/ou quando ele deixar de controlar a história do clube! Vamos, no entanto e por agora, apenas tecer algumas considerações acerca de afirmações que constam do citado livro!Era bom que os autores "explicassem" como conquistou o FC Porto essa "tal" Taça de Portugal em 1976/77, ou seja, na época de estreia de José Maria Pedroto como treinador portista vindo do Boavista FC… de Valentim Loureiro. Jamais poderão esconder que o SC Braga foi aliciado para jogar a final da Taça nas… Antas, perdendo por 0-1! Como se entenderia que em 1976/77 o SC Braga (8.º lugar no Nacional) aceitasse jogar a final da Taça de Portugal, no Estádio do FC Porto (3.º no campeonato), quando os resultados, entre os dois emblemas, durante esta temporada foram sempre favoráveis aos portistas: 5-2, no Porto e 3-0, em Braga. Mesmo assim, o SC Braga disponibilizou-se para jogar no Estádio das Antas, em casa do adversário. Este facto demonstra, muito bem, logo na primeira época como treinador, tendo Pinto da Costa como Director do departamento de Futebol, o modo como estava a ser (e foi) arquitectada a tomada do poder, dentro do futebol português. Mais tarde, alguns dirigentes do SC Braga queixaram-se "de que nada do que foi prometido se concretizou…" Houve (e há) muito de fazer passar a ideia, insinuando, de que se concretizarão benefícios futuros, mesmo que depois tal não ocorra! Aliás, quanto a Taças de Portugal jogadas "em casa", o FC Porto já disputou três troféus: em 1960/61 perdendo por 0-2 com o Leixões SC; em 1976/77 vencendo por 1-0 o SC Braga; e em 1982/83, perdendo por 0-1 com o Benfica, ainda com José Maria Pedroto como treinador portista. Venceu o SC Braga, mas não derrotou o "Glorioso". O Benfica que nunca teve a possibilidade (nem nunca quis, nem se acredita que alguma vez aceitaria!) jogar finais da Taça de Portugal em "casa". E se fosse ao contrário?! Diferenças que ilustram bem a dissemelhança entre os dois clubes. Jogar finais no seu Estádio, é vulgar para o tal FC Porto, que se diz, eterno perseguido. Não está, mal! Mesmo nada mal!

DO ROUBO DE IGREJA A CALABOTE!
A tomada de poder no futebol português está ligada directamente a Pedroto e ao "grupo da sueca" que se juntava, ao que se diz, numa das mesas do Café Orfeu, na cidade do Porto, para engendrar a melhor forma de assaltar o futebol indígena, ou melhor, como "tramar" o Benfica, o clube mais prestigiado, orgulhoso e titulado em Portugal, e uma referência lusa no mundo, tentando apeá-lo, para o substituir pelo FC Porto. Ao que consta, esse grupo de "cartistas" era composto por Pedroto, Hernâni Gonçalves, Valentim Loureiro, Pinto da Costa, Pôncio Monteiro, Adriano Pinto e Lourenço Pinto, entre outros. Foram eles que delinearam a estratégia que iria conduzir ao "actual estado das coisas", tendo em conta que o principal arquitecto foi Pedroto, apesar de tocar a Pinto da Costa, o maior quinhão. A propósito, a "actividade como futebolista e treinador" merece um capítulo à parte, talvez para breve neste jornal, para se tomar consciência dos seus trajectos… pois eles encerram algumas das "chaves" para entender a actual "organização" do futebol português. No entanto, interessa desde já publicar um extracto de um pequeno artigo de Neves de Sousa, no extinto jornal vespertino "Diário de Lisboa". zPara os que se preocupavam tanto com a arbitragem, afirmando "Se o actual sistema de nomeação dos árbitros não é uma palhaçada, então o que é?" e "temos que lutar contra os roubos de igreja", Neves de Sousa (infelizmente já falecido) e João Rocha, sabem, melhor que ninguém, o que queriam eles dizer. Também não nos podemos esquecer que foi Pedroto que fez de "Calabote" um "Caso" que nunca existira durante 20 anos! É que quando os benfiquistas se indignavam face aos abusos a favor dos portistas, se bem que estes se considerassem "eternos perseguidos", Pedroto retorquia: "O que vocês (benfiquistas) queriam, era Calabotes!". Começou aqui, a "maior mentira contada" do futebol português", como demonstrámos no número anterior de "O Benfica". Assim, podemos ver em que "escola" andou Pinto da Costa! Aliás, este mais tarde lançou outra grande mentira: "O Benfica era o Clube do Fascismo, por isso só com Salazar conquistava títulos!". Algo que no próximo número desmistificaremos!Assinale-se que "os contactos João Rocha/Pedroto" ocorreram em finais da temporada de 1979/80, quando Pedroto e Pinto da Costa saíram do FC Porto, em litígio com o presidente da Direcção portista, Dr. Américo de Sá. José Maria Pedroto acabou por ir treinar em Guimarães, o Vitória SC (presidido por Pimenta Machado) então próximo do "grupo da sueca" e Pinto da Costa ficou a "conspirar na sombra" contra Américo de Sá, acabando dois anos depois, em 23 de Abril de 1982, por ser eleito (em lista única) presidente da Direcção do FC Porto. Em virtude dos factos ocorridos nas últimas semanas - publicação do livro "Eu, Carolina" e vários textos na Imprensa, acerca do assunto - decidimos desenvolver os últimos 25 anos num texto, à parte, a publicar no próximo número.Se o FC Porto consegue viciar factos históricos porque não viciará também factos desportivos?

DAS GOLPADAS DOS ANOS 80 ATÉ CAROLINA parte IV-A
Continuamos a mostrar como os portistas procuram justificar atitudes actuais com elaborações mistificadas da sua história, servimo-nos para tal de um livro publicado há pouco tempo.Quando José Maria Pedroto morre, em 8 de Janeiro de 1985, já estavam consolidados os caboucos onde se ergueria o FC Porto das décadas seguintes. Pois foi em finais da década de 70 que Pedroto estabelecera as normas que permitiram ao clube portista implantar-se no futebol português. José Maria Pedroto quando faz a "primeira dupla" com Pinto da Costa, sendo este ainda o director do Departamento de Futebol, em 1976, tem pouco mais que 47 anos, mas é já um veterano do futebol português - 22 anos como futebolista (1940/1960), 17 internacionalizações por Portugal (1952/1957), 16 anos como treinador (1961/1976) e 16 jogos como seleccionador nacional (1974/1976). Pinto da Costa é nove anos mais novo, tendo 38 anos, em 1976. A relação Pinto da Costa/Pedroto permitiu potenciar a capacidade de implantar institucionalmente o clube na AFP e depois na FPF. Em relação a Pinto da Costa, Pedroto conhecia as pessoas "certas", sabia mais do portismo (e das suas fragilidades) e muito mais de futebol. E principalmente, sabia como isolar o Benfica, porque era maquiavélico e dominava bem os mecanismos do futebol português, de que era, aliás, um dos obreiros! Pinto da Costa conhecia bem a estrutura do poder portista e era um adepto dedicado que ansiava por triunfos significativos! Estávamos em 1976! Seis anos depois, as condições seriam outras!ASSUMIR O PODER. A chegada da dupla Pinto da Costa (44 anos)/Pedroto (53 anos) ao poder no FC Porto, após as eleições realizadas em 17 de Abril de 1982 (com tomada de posse a 23), possibilita o "caminho livre" para executar o plano que fora engendrado em finais dos anos 70, mas que abruptamente se interrompera no final da época de 1979/80, quando o 2.º lugar no Nacional (atrás do Sporting CP) e a final perdida da Taça de Portugal no Jamor (D 0-1) com o Benfica, precipitam a saída dessa "dupla". Isto porque o presidente da Direcção do FC Porto dr. Américo de Sá, então muito estimado entre os portistas, recusava-se em dar cobertura às diatribices do par Pinto da Costa/Pedroto, acolitados pelos restantes membros do grupo dos "jogadores de cartas": Hernâni Gonçalves, Valentim Loureiro, Pôncio Monteiro, Adriano Pinto e Lourenço Pinto, entre outros. Todos eles vão entrar em cena, como se poderá constatar a seguir. Todos eles vão ter tarefas distintas, programadas e certeiras. Vão ser eles, que através da Associação de Futebol do Porto (AFL) (onde Adriano Pinto é uma espécie de presidente perpétuo) em "santa união" com outras associações acabam por controlar também a Federação Portuguesa de Futebol (FPF). E "apresando" com especial atenção, um dos seus conselhos, o de arbitragem. Fundamental para esta tomada de poder, foi a utilização de outro clube da cidade, o Boavista FC e, em particular, o seu presidente Valentim Loureiro.

BOAVISTA, QUE PAPEL?
A utilização deste pequeno clube, com escassas centenas de sócios e poucos espectadores nos jogos de futebol, permitia controlar de um "modo limpo" o futebol português. Ou seja, dava-se a ideia que havia um pequeno clube inócuo, que estava (e conquistava) posições na hierarquia do futebol português, mas que não oferecia "perigo" por ser isso mesmo - pequeno. Só que atrás do Boavista FC e dos seus intentos, estava o "interesse-maior" do FC Porto, o único clube da cidade com possibilidades de conquistar títulos, alcançar importância internacional e dar visibilidade às emergentes figuras da região que ansiavam (e necessitavam) de exposição mediática. Por isso, não é de estranhar que um clube tão limitado tenha fornecido as pessoas certas (muitas delas portistas "em trânsito"), para os lugares certos no tempo certo, desde Valentim Loureiro, presidente da Liga Portuguesa de Clubes Profissionais (LPCF) a Pinto de Sousa, presidente do conselho de arbitragem da FPF, por onde também passou Lourenço Pinto. O grupo dos "cartistas" no seu esplendor. Havia, pois, vantagens mútuas, entre o Boavista FC e o FC Porto que interessava preservar e desenvolver. O sucesso do FC Porto cresceria, mas face às correlações de forças existentes na cidade, o Boavista FC também cresceria, porque é necessário ter presente que em finais dos anos 70, metade da cidade era portista, mas a outra metade era antiportista. Ou seja, havia "terreno livre" para combater os portuenses "apoiantes dos mouros". O FC Porto alargava a sua influência e o Boavista FC receberia os adeptos "antiportistas", essencialmente conotados com o Benfica, porque o Sporting CP nunca teve grande implantação na Área Metropolitana do Porto.

RIVAIS OU PARCEIROS?
Por tudo isto, é ridículo chamar ao Boavista FC e FC Porto clubes rivais. Não há rivalidades entre parceiros. É bom lembrar que, em finais dos anos 60 - 1967/68 - o Boavista FC agonizava na III Divisão. A "política de desorganização" dos adversários encetada pelo FC Porto havia extinguido clubes (como por exemplo, o Sport Progresso), enfraquecido outros (tendo por exemplo, o Académico FC, que suspendeu o futebol), relegado o Boavista FC para a III Divisão e o SC Salgueiros para a II Divisão. O Boavista FC, sendo por base um clube elitista, ficara exaurido de gentes, quando em finais dos anos 50 e na década de 60 muitos boavisteiros se desinteressaram do clube ou passaram mesmo para o FC Porto, clube onde as classes sociais abastadas assumiam o poder e o mecenato. O Boavista FC entrou em rotura, tendo até menos expressão económica que o SC Salgueiros, porque sempre tivera menos apoio popular que os salgueiristas. Por graça, numa provocação bem própria das gentes da cidade, até designavam o Boavista FC por "clube da rotunda", pois cativava tão poucos habitantes, que parecia só ter apoio entre as pessoas que habitavam no quarteirão onde estava o seu campo de jogos, talvez o local do País, a par do Estádio da Tapadinha, em Lisboa, propriedade do Atlético CP, onde se pratica ininterruptamente futebol há mais tempo!

ENTÃO OS PORTISTAS NÃO TÊM RIVAL?
O grande rival do FC Porto não era um clube da cidade, mas sim de Matosinhos, o Leixões SC. Este sim, rivalizava com o FC Porto. O Leixões SC é um dos clubes mais antigos de Portugal, fundado em 28 de Novembro de 1907, opondo-se sempre com desenvoltura e vigor aos clubes portuenses, conseguindo mesmo em 1939/40 vencer o Regional do Porto, o que "obrigaria" a um alargamento da I Divisão para permitir a entrada do… FC Porto no principal campeonato, quando deveria jogar na II Divisão! Rivalidade que se intensificara com a desfeita de 9 de Julho de 1961, quando os leixonenses derrotaram por 2-0 o FC Porto, em pleno Estádio das Antas, na final da Taça de Portugal de 1960/61. Até porque o popular clube de Matosinhos, que se classificara em 8.º lugar no campeonato (e o FC Porto em 3.º lugar), mas discutira bem os dois jogos com os portistas: perderam por 0-1 nas Antas, mas venceram por 3-2 em Matosinhos, resultados que a somar à vitória por 2-0 na final da Taça, em casa do clube rival, ilustram bem o que é ser…. mesmo rival! O Leixões SC foi durante 18 épocas consecutivas, entre 1959/60 e 1976/77, o principal adversário nortenho dos portistas. O Boavista FC nos últimos anos, após instalar-se na I Divisão em 1969/70, nunca adquiriu esse estatuto, até porque gravitou sempre em torno do FC Porto. Aliás, para muitos leixonenses o seu clube foi afastado da I Divisão, após 18 temporadas consecutivas, precisamente por ser indomável. A sua despromoção ocorreu quando a dupla Pinto da Costa/ Pedroto assumiu o poder e a necessidade do "norte falar a uma só voz". É pois ridículo que se pretenda fazer do "derby" FC Porto-Boavista FC, um jogo entre rivais. Nunca o foi, pelo menos na sua plenitude, dificilmente o será! Repare-se que, entre 1955/56 e 1968/69, em 14 épocas, apenas em 1959/60, o Boavista FC esteve na I Divisão, ainda que episodicamente, como é óbvio!

DERRUBAR O "GLORIOSO".
O crescimento do FC Porto nos anos 80 faz-se sustentadamente, tentando atingir os fundamentos interclassista e abrangente da implantação social do Benfica. Mas os primeiros tempos da presidência de Pinto da Costa num mandato bienal (1982/84) não foram fáceis, porque perde três campeonatos consecutivos: 1981/82, 1982/83 e 1983/84. Foi até necessário inventar uma farsa pré-eleitoral, em que se deu a entender aos portistas que haveria descontentamento entre dirigentes, que fariam oposição eleitoral a Pinto da Costa. Tratava-se de… Pôncio Monteiro, um dos "membros cartistas". Uma encenação estalinista! É após o falecimento de José Maria Pedroto, em 1985, que Pinto da Costa segue o seu rumo. Não foi preciso esperar muito para se começar a insinuar que o Benfica estava condenado a deixar de vencer porque só o conseguira, por ser o "clube do regime" deposto em 25 de Abril de 1974. É evidente que tudo não passa de estratégia montada, para fazer crer aos mais distraídos, ou entre as gerações mais novas, que "há uma verdade" que ilude a realidade. Por isso não é de estranhar as declarações de outro ilustre "cartista" no citado livro, que continuadamente vamos desmentindo, e que passara em 1976, com Pedroto, da equipa técnica do Boavista FC para o FC Porto, Hernâni Gonçalves.FC Porto renasceu com o 25 de Abril. "O poder estava instalado em Lisboa e, por via disso, o clube era sistematicamente impedido de dar o salto. O FC Porto renasceu com o 25 de Abril, esse grande terramoto que abalou as estruturas económicas e financeiras do país, a que o desporto não escapou. E o resultado disso mesmo aconteceu no Boavista, com Pedroto e António Morais, com o clube do Bessa a alcançar um segundo lugar no campeonato nacional, saindo vencedor de duas Taças de Portugal.Com José Maria Pedroto e Pinto da Costa, as duas maiores figuras do clube, houve o condão de revolucionar as mentalidades e apertar o poder de Lisboa."Declarações de Hernâni Gonçalves extraídas da página 115 de "Mui Nobre e sempre Invicto Clube do Porto" (2006) de Bernardino Barros.

BENFICA, LIBERDADE E… ESTADO NOVO.
O Benfica praticamente desde a sua fundação que é o clube português mais popular, e o mais titulado, vencendo competições oficiais ainda no tempo da monarquia, na I República, durante o Estado Novo e após a implantação da democracia. (ver assunto desenvolvido em "O Benfica" de 11 de Fevereiro de 2004.) Aliás, é mesmo o único clube português que conquistou títulos na monarquia, quando vencemos o IV Regional de Lisboa, em 1909/10. São por demais conhecidos os problemas que alguns dirigentes do "Glorioso" tiveram com personalidades deste ou daquele regime. São suficientemente conhecidas as opiniões que havia acerca do Benfica e do seu relacionamento em Portugal, com clubes mais pequenos, mas também menos "dóceis", bem como as relações entre o Benfica e clubes do "bloco soviético", à revelia das autoridades portuguesas. Mas também se sabe, que no Benfica sempre se respeitaram as opiniões de todos e de cada um, pretendendo-se que o interesse seja convergente, e apenas num sentido - tornar ainda maior o clube. A tolerância foi sempre um dos pilares do benfiquismo. Até porque ao fazer-se uma correlação entre a intervenção do Estado Novo no desporto, e em particular no futebol, ela é mais visível nos anos 30, 40 e mesmo 50, quando o regime se estava a implantar, e menos nos anos 60, quando o Benfica consegue os títulos europeus.

QUANTOS TÍTULOS… QUANTOS!
A ideia do "acabou o fascismo, acabou o Benfica" foi desenvolvida para justificar e sustentar, no interior do FC Porto e junto das estruturas de poder portuguesas, os êxitos do FC Porto e o pretenso declíneo do Benfica. Para "enfrentar" as gerências de João Santos e Jorge de Brito, mesmo sem fundamento, dava-se a entender que depois de Abril de 1974, o "Glorioso" deixara de vencer. Só que o Benfica continuava a ser o clube que conquistava mais títulos em Portugal, decorridos 20 anos após o regresso da democracia ao País. O que ocorrera, isso sim, foi uma substituição do segundo clube com mais títulos! Eis os valores: 20 anos "após Abril" (1974/75 a 1993/94): Benfica com 17 títulos - dez Nacionais e sete Taças; FC Porto com 13 - oito Nacionais e cinco Taças; Sporting CP com quatro - dois Nacionais e duas Taças. E quanto aos 20 anos "antes de Abril" (1954/55 a 1973/74): Benfica com 21 títulos - 13 Nacionais e oito Taças; Sporting CP com nove - cinco Nacionais e quatro Taças; e FC Porto com cinco: dois Nacionais e três Taças! Comparem-se os valores, e estabeleçam-se as conclusões. É que agora estamos no mundo real!

A SELECÇÃO NACIONAL E O BENFICA!
Aliás, a grande intervenção dos governos, em particular quando não são sufragados periodicamente através de eleição, faz-se essencialmente ao nível das selecções nacionais, pelo simbolismo que cada jogo tem - hinos, bandeiras, representação simbólica do Estado-Nação, etc. Então como explicar que sendo o Estádio das Antas inaugurado em 28 de Maio de 1952 e o Estádio da Luz inaugurado em 1 de Dezembro de 1954, a selecção nacional se tenha estreado em 23 de Novembro de 1952, nas Antas, apenas seis meses depois de inaugurada, enquanto no Estádio da Luz, a selecção portuguesa só efectuou o primeiro jogo em 21 de Abril de 1971, ou seja 16 anos e seis meses depois. Isto quando a selecção nacional era geralmente composta por cinco, seis e até sete futebolistas do Benfica a jogarem em simultâneo. Quando a selecção se estreou no Estádio da Luz, já havia efectuado nove jogos nas Antas, quatro em Alvalade e um no Restelo. Mas, ao Estádio da Luz é que os responsáveis da FPF não mostravam interesse em jogar! Os dois estádios foram inaugurados com apenas dois anos e meio de diferença, mas a selecção estreou-se primeiro nas Antas, e só… 16 depois na Luz! Olha, se fosse ao contrário! Afinal onde está (e o que quer!) o "fascismo"! Só que esta é a verdade e é com a realidade que Pinto da Costa e os portistas têm de viver, por muito que queiram criar um mundo virtual.Em virtude dos factos ocorridos nas últimas semanas - publicação do livro "Eu, Carolina" e vários textos na imprensa, acerca do assunto - decidimos desenvolver os últimos 10 anos num texto à parte, a publicar no próximo número.Se o FC Porto consegue viciar factos históricos porque não viciará também factos desportivos?

DAS GOLPADAS DOS ANOS 80 ATÉ CAROLINA ... OS ÚLTIMOS ANOS PARTE IV-B
Continuamos a mostrar como os portistas procuram justificar atitudes actuais com elaborações mistificadas da sua história, servindo-se de um livro publicado há pouco tempo.Após se instalarem, a seu belo prazer, nas estruturas do futebol português, os sempre ambiciosos dirigentes do FC Porto encetaram a golpada decisiva - condicionar algumas das "frágeis" estruturas do poder político português. Tratou-se, inicialmente, de estreitar relacionamentos entre o clube portista e os dirigentes locais e regionais do Estado português. E aproveitar, depois, a sua irradiação para outros organismos mais centrais. Havia aqui um "justo colaboracionismo": o FC Porto projectava, dava visibilidade e promovia as figuras políticas locais, e estes protegiam o clube, os seus dirigentes e os seus desmandos. Quanto mais "forte, vencedor e poderoso" fosse o FC Porto, mais "possibilidades" teriam aqueles que lhe estavam próximos. Nada mais simples... tão simples como a história do mundo... sempre que há vontade de "ambas as partes".

ASSALTO ÀS INSTITUIÇÕES.
A construção do "todo poderoso" FC Porto assentou em várias premissas, mas teve dois suportes fundamentais e lógicos: por um lado, fazer entender que o portismo era efectivo, real e poderoso; e, por outro, demonstrar que o benfiquismo era ilusório, virtual e fraco. Tudo isto foi fácil de fazer "passar" na medida em que o FC Porto se colocou como feroz inimigo do Benfica. Tendo particular destaque, em 1987, após a chegada à presidência do "Glorioso" de duas personalidades que não admitiam ser subalternizadas por Pinto da Costa - João Santos e Jorge de Brito. Construiu-se um estratagema simples, mas eficaz: o que era bom para o Benfica, seria péssimo para o FC Porto, e vice--versa. A tomada de poder dentro das estruturas do País, depois do assalto às instituições do futebol, estava em marcha. Vai justificar-se a ascensão do portismo com a "democracia e a liberdade" e a queda do benfiquismo com o "fascismo e a tirania". São recados para dentro do FC Porto e do Benfica, bem como para o "mundo envolvente", do futebol à política nacional.

E SE FOSSE AO CONTRÁRIO!
No último número de "O Benfica" referimos vários exemplos que ilustram que se houve clube que foi incómodo para o regime deposto em 25 de Abril de 1974, esse clube foi o Benfica. Há muitos factos que mostram que o Benfica não era protegido, antes pelo contrário, se bem que não seja próprio do "Glorioso" lamentar-se ou sentir-se perseguido. Talvez esta "ingenuidade" explique muito do que se passou nos últimos 25 anos. Entre muitas ocorrências, há algumas que ilustram o modo como o nosso Clube era considerado pelo poder político e federativo. Na época de 1960/61, o "Glorioso" sagrou-se bicampeão nacional na 23.ª jornada, em 23 de Abril de 1961, num campeonato com 26 jornadas. Em 4 de Maio, ao empatar a um golo em Viena de Áustria, depois de vencer em Lisboa por 3-0, o SK Rapid, apurava-se para a final da Taça dos Clubes Campeões Europeus (TCCE), a disputar em 31 de Maio de 1961 (quarta--feira), na Suíça. Nessa temporada, a Taça de Portugal disputava-se por eliminatórias, mas a duas mãos. Em 7 de Maio (domingo), no jogo da 1.ª mão, no nosso Estádio, nos oitavos-de-final da Taça de Portugal, vencemos, por 3-1, o Vitória FC, de Setúbal. A Federação Portuguesa de Futebol (FPF), presidida pelo "belenense" Francisco Mega, marcou o encontro da 2.ª mão, em Setúbal, para dia… 1 de Junho (quinta-feira), ou seja no dia seguinte à final da TCCE! Inacreditável! Até porque havia três dias "livres" para jogar a 2.ª mão, nas quartas-feiras de 10, 17 e 24 de Maio. Mas não! Decidiu-se marcar o 2.º (e decisivo) jogo para… um mês depois, para coincidir com a final da TCCE! Para dia 1 de Junho, mesmo tendo um jogo da selecção nacional, três dias depois, em 4 de Junho, com a Argentina onde estariam… oito futebolistas do Benfica, com sete a jogar! Os dirigentes do "Glorioso" reagiram, invocando falta de respeito por quem representava com dignidade o País! A FPF manteve a data, alegando que o Vitória FC não aceitava alterar… depois de marcado!

RIDICULARIZAR (TENTAR…) O BENFICA!
Os dirigentes vitorianos informaram que tendo em conta a viagem de avião Berna-Lisboa, aceitavam transferir o jogo da tarde para a noite de 1 de Junho! Só rindo! O Benfica decidiu levar 15 futebolistas para Berna - não havia substituições, mas era necessário ter sempre três ou quatro futebolistas disponíveis - guarda-redes, defesa, médio e avançado - para eventualidades inesperadas: doenças, acidentes, etc, de última hora. Para Setúbal seguiria uma equipa "de recurso", constituída essencialmente por ex-juniores! Na noite de 31 de Maio, o Benfica sagrava-se brilhantemente campeão europeu, após na final vencer por 3-2, em Berna, no Estádio Wankdorf, o FC Barcelona. No dia seguinte estava a equipa (15 jogadores e dirigentes) a chegar ao Aeroporto de Lisboa e uma equipa do Benfica a deslocar-se a Setúbal, para no Estádio dos Arcos defrontar o Vitória FC, acabando eliminada, após derrota por 1-4. Após o jogo, os setubalenses voltaram a ridicularizar os benfiquistas da cidade, afirmando que o Vitória, na II Divisão, era tão grande, tão grande que eliminara o campeão europeu! Assim, inviabilizava-se a possibilidade do "Glorioso" conquistar as três competições na mesma época! E se não fôssemos categóricos no campeonato nacional, vencendo-o a três jornadas do seu final, adivinhavam-se complicações… Mas para os portistas (e até para alguns sportinguistas mais… "desmemoriados", no mínimo) o Benfica era o "clube do regime"! Olha se fosse ao contrário!?

PEDRA BASILAR PORTISTA.
A grande arma de Pinto da Costa, depois de implantado, criado e dominado o "sistema", ou seja, o estabelecimento de uma teia e procedimentos, entre determinadas pessoas e persecução de certos objectivos, permitindo a sua renovação por elementos que se desenvolvem dentro dessa teia, que ocupam as estruturas determinantes que condicionam o êxito desportivo, passa a ser "dar uma imagem" de competência. E esta baseia-se no conceito da "dedicação", a dois níveis: os dirigentes do FC Porto, em particular o seu presidente, dão tudo pelo portismo; e os jogadores encarnam o espírito do clube, trabalham "mais do que os outros", reforçando as "causas" do FC Porto.

SE NÃO VAI A BEM… VAI A MAL!
Um dos aspectos mais sinistros da implantação do FC Porto, foi (e é!) o uso da violência para calar e amordaçar quem ousa desafiar as verdades instituídas e o poder omnipresente. Por isso, reproduzimos uma imagem (ao lado) retirada do jornal "Expresso".E muitas ocorrências certamente que ficaram de fora, por inexistência (ainda!) das ligações entre os agressores e intimidadores para com os agredidos e intimidados. E não se pense que a violência" ficou entre cúpulas. Os exemplos, que vêm sempre de cima extravasaram para dentro das "quatro linhas" com alguns jogadores portistas, a usarem e a abusarem, dessa força, perante a complacência (e por vezes, significativa compreensão) de alguns árbitros, mesmo a nível internacional. Tal como de alguns "delegados portistas" nos media. É por demais conhecida a célebre pisadela de raiva de Jorge Costa em George Weah, quando este avançado marcou o 2-1 favorável ao AC Milan, em 11 de Setembro de 1996. O futebolista fez o golo "nas costas" de Jorge Costa, que aproveitando-se da africano ainda estar no chão, num gesto de "grande mestria" pisa-lhe a mão, lesionando-o, obrigando o atleta do clube de Milão a abandonar o jogo. O lance é bem visível, na transmissão televisiva, com várias repetições, mas o repórter de serviço (e ao serviço) ignorou-o, tendo ainda o descaramento de justificar as repetições com o facto "de se procurar um fora-de-jogo" que anulasse o golo ao liberiano! Só que o branqueamento desse lance não se ficou por aí. Veja-se o que se escreve no livro, que temos vindo a desmascarar, acerca do "assunto".A agressão do jogador "fair-play" da FIFA. "A 11 de Setembro de 1996, o Futebol Clube do Porto brilhou em San Siro, com uma vitória por 3-2 sobre o favorito AC Milan. Quando as duas equipas se voltaram a encontrar, nas Antas, em desafio a contar para a quinta jornada do Grupo D da Liga dos Campeões, a 20 de Novembro do mesmo ano, uma enorme sede de vingança percorria a cabeça dos milaneses.O empate a um foi quanto o Milan conseguiu levar da deslocação à Cidade do Porto, num jogo tristemente marcado pela bárbara agressão do liberiano George Weah ao portista Jorge Costa. No final da partida, já no túnel de acesso aos balneários, conta quem viu que o africano - que curiosamente, já depois deste episódio até foi distinguido pela FIFA com o prémio de "Fair-Play" (?!) - se abeirou do jogador azul e branco e lhe desferiu uma potente cabeçada no nariz. Resultado? Uma lesão grave para o defesa luso, que teve inclusivamente de ser operado para corrigir o desvio provocado no nariz devido à lamentável atitude de Weah. A sua desculpa para acto tão indigno foi acusar Jorge Costa de lhe endereçar comentários racistas, o que levou o defesa portista a interpor-lhe uma acção em tribunal, que se arrastou durante anos a fio." Extraído da página 63 de "Mui Nobre e Sempre Invicto Clube do Porto" (2006) de Bernardino Barros.

OS ÚLTIMOS ANOS (ENTRE CRIOLINAS E CAROLINAS)...
Foram muitos os dirigentes e jogadores do Benfica que passaram por dificuldades, entre agressões (Vítor Paneira e João Pinto, por exemplo) e tentativas de agressão (a João Santos e Jorge de Brito, este últimoteve que abandonar o estádio das Antas numa ambulância). Chegou-se a espalhar produtos tóxicos no balneário do visitante, aquando de um FC Porto-Benfica, para desestabilizar e desconcentrar a nossa equipa. Os árbitros, por vezes incapazes de "controlarem" jogos que estavam a correr mal, foram agredidos no "túnel das Antas" ou mesmo em pleno relvado com "peitadas" e dedos em riste. Houve mesmo perseguições jocosas em pleno relvado. Enquanto, por outro lado, se falavam em "quinhentinhos" e se pagavam facturas de viagens ao Brasil, utilizando nomes desconhecidos de árbitros. O facto de haver "comprometedoras conversas telefónicas gravadas" no século XXI, se elas têm sido feitas em finais dos anos 80 e década de 90, o que não ficaria gravado!? Face ao que fomos presenciando, quase diariamente, e às ocorrências durante os jogos, ao fim-de-semana, teria sido delirante, certamente! Quem não se recorda da existência de jogadores que "agrediam, mas sem intenção de magoar". De existir um guarda-redes que "defendia com as mãos fora da grande área… mas sem intenção". De existirem defesas que "cometiam faltas dentro da grande área… mas sem intensidade para grande penalidade". É evidente que eram jogadores que depois de transaccionados para o estrangeiro (alguns a "peso de ouro"), não aqueciam o lugar… voltando ao aconchego das Antas.

ENTENDIMENTOS.
O facto de se ter afastado o Benfica dos títulos e até de participações europeias, quando a Liga dos Campeões se tornou numa competição "economicamente avassaladora" para criar um grupo de clubes ricos, entre os maiores clubes europeus, passou por um entendimento entre os presidentes dos dois maiores rivais do Benfica, José Roquette, do rival de Lisboa, e de Pinto da Costa, rival a nível nacional. Este "entendimento" denunciado pelo antigo presidente do Sporting CP, João Rocha, indignado com a subalternização do seu clube face ao FC Porto, merecem no "O Benfica" análise mais rigorosa e desenvolvida, num futuro breve! É que Pinto da Costa apercebeu-se que mesmo com o Benfica afastado dos títulos, o prestígio, a dedicação dos benfiquistas… em suma a grandeza de um clube glorioso, não sofria erosão entre os portugueses. Ou seja, não era por aí que o FC Porto se conseguiria afirmar contra o Benfica. Havia que desenvolver outra estratégia…. a descredibilização de todos os que no Benfica, ou pelo Benfica, questionassem o "poder do portismo". Por isso "tomaram de assalto" muitos dos órgãos de comunicação social, tentando a partir daí denegrir quem ousasse reerguer o Benfica, fazer "achincalhamento social" dos benfiquistas e colocar pressão junto do poder político e das instituições de futebol, no sentido de "fazer passar" a ideia que o Benfica é um "navio sem rumo" que urge evitar. “APITO DOURADO”. A existência do megaprocesso "Apito Dourado" veio provocar algum "caos" na teia de interesses que girava em torno do FC Porto. Houve que rapidamente redefinir estratégias e procedimentos. Daí aparecerem subitamente vários livros, a tentar dar uma imagem, a "outra imagem" do presidente portista. Só que o livro de uma sua ex-companheira, publicado em finais de 2006, mostra que Pinto da Costa continua obcecado com o Benfica. Afinal é o Benfica que o move…Se há, através de telefonemas e outras habilidades, quem vicie o futebol português nos últimos anos, porque não joga ele com peões que viciem a história do futebol luso. Contem a história, mas contem-nos a verdade. Baseiem-se em factos e não em interpretações. A história factual do FC Porto foi abandonada. O que existe na actualidade é apenas uma história interpretativa, baseada na necessidade de justificação perante a estratégia actual. Ou seja, a história do FC Porto é entendida ideologicamente e não factualmente. Por isso vale o que vale! A história não se engana.É bom que se saiba, que tal como afirma o poeta - “Há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não"."


8 comentários:

Anónimo disse...

Não li. falta de tempo para ler esse testamento.

Se não fala do gil nao tem interesse.

Anónimo disse...

Ó grande, "numma" fodas!!! Tu não tens q fazer, caralho
??? O tamanho dessa merda só é comparável com o tamanho do orgão sexual de um estimado nosso amigo!!! Não leio, é escusado! Além disso , não passa de uma "estória", como muito bem referes...
Vá, da próxima não te estiques tanto assim... até porque há outros camaradas envolvidos nisto!!!
Beijinhos e abraços

Anónimo disse...

Zé, há uma merda que se chama "copy" e outra que se chama "paste", o que permite, além de fazer coisas absurdas como o texto que coloquei, racionar o tempo disponível. Um dia podias experimentar. Não dói nada, a sério.

Anónimo disse...

E também há em português: "Copiar" e "Colar".

Experimenta!

Anónimo disse...

o fabuloso e super mega espetacular método CP

Anónimo disse...

E novidades??? e os anos 90??? Parece-me que este artigo não aprofunda bem a questão das viagens e etc...

De qq forma encontrei aqui uma (só uma)inverdade, penso eu
. "No dia seguinte estava a equipa (15 jogadores e dirigentes) a chegar ao Aeroporto de Lisboa e uma equipa do Benfica a deslocar-se a Setúbal, para no Estádio dos Arcos defrontar o Vitória FC, acabando eliminada, após derrota por 1-4."
O Estádio dos Arcos não é em Vila do Conde. Já lá fui ver o Benfica ser gamado...

Só me dói q mt boa gente me tenha xamado nomes ao longo destes anos por insistir nestas questões.
E agora? quem gosta de chocar???

Anónimo disse...

O Estádio dos Arcos não é em Vila do Conde? (é uma pergunta)Em Setúbal é o Bonfim

Anónimo disse...

És mesmo porco lampião, provavelmente o benfas foi jogar com o guimaraes a vila do conde já que os espanhois tem sempre o estadio castigado.

mesmo que estejas certo continuas a ser um porco lampiao.