Sonho

Apaixonando-me me desapaixono, pelas flores que povoam este campo, por vezes inerte, por vezes frio, muitas vezes ambíguo, raras vezes racional... Sinto... Que a semente não precisa de água para germinar, que o pó não precisa de vento para se levantar, que a vida flui no segredo de quem simplesmente imagina, de quem sonha... e não apenas de quem sente ou apenas pretende sentir. Tudo é abstracto e surreal, tudo é mágico e sentimental. Não sou eu que apareço nesses sonhos? Que sinto o calor do teu corpo? A frescura dos teus beijos? Se o não sou, pareço... E se à mulher de César não basta ser, a mim basta-me por breves segundos parecer, pois nesses momentos estou a ser, estou a viver...