quarta-feira, abril 12, 2006


Abertura 1812

O meu amigo Sol já deve imaginar sobre o que vou falar...
Tchaikovsky escreveu esta peça para comemorar a vitória russa sobre Napoleão. Ontem fui finalmente ver o tal "V for Vendetta" onde ao som épico desta peça assistimos à queda do Parlamento Inglês, símbolo de uma ditadura fascista entretanto imposta em Inglaterra. É de facto um filme engraçado e que faz pensar... Que evoca um tema que por diversas vezes até já discutimos neste blog e noutros fóruns: Até que ponto é legítimo matar por liberdade? Não quero agora discutir isso, apenas aconselho vivamente a irem ver o filme, fazerem as vossas próprias interpretações, e agradecer ao tio Sol pela sugestão.

Abraço ao povo amigo!

"Remember, remember the fifth of November
The gunpowder treason and plot.
I see no reason why gunpowder treason
Should ever be forgot."


6 comentários:

Anónimo disse...

Já podia ter visto o filme, se alguem se lembra-se de convidar os amigos. Casei e vou ser pai mas não morri...

tio sol disse...

eu até te convidava mas achei que já nao havia espaço para ti.. foi um serão a 2.

Anónimo disse...

1812... gosto muito! Tchaikovsky foi alguém que, verdadeiramente, procedeu com Liberdade pela Liberdade! Embora tenha já surgido em autores que aspiravam por um projecto nocivo à Liberdade, a música é, por si só, um acto sublime de Liberdade. Já matar por Liberdade...
Sabe-se que em períodos de convulsão social, seja por que razões for, se pode matar! Há, inclusivamente, quem aponte a falta dessa consequência "normal" na revolução de Abril como principal entrave à concretização do sonho que a inspirou. Felizmente, a meu ver. Não creio que se possa falar em matar por Liberdade. Matar não comporta Liberdade alguma; o facto de, em Liberdade, se poder, matando, atentar contra a própria Liberdade (a liberdade de todos aqueles que não querem morrer, p. ex.) não basta para se reduzir a Liberdade a um simples poder-fazer, porquanto, ainda que livre, atenta contra a esfera de Liberdade de outrém, precisamente aquilo que, em rigor, não se pode fazer como um acto de Liberdade!

Em Liberdade, todos os indivíduos, indistintamente (i.é, sem excepção), gozam de todos os direitos decorrentes dessa mesma Liberdade, assim garantida sob o signo da Igualdade, outra das ideias basilares da Revolução Francesa.

Mas esta Liberdade também nos dá a percepção do que realmente somos capazes no seu uso quotidiano! A propósito de acontecimentos com recente relevo mediático, é atentório à Liberdade, como a muitos outros princípios da nossa ordem de valores igualmente constitucionalizados, o abuso da autoridade. Melhor, o uso indevido dos poderes conferidos aos agentes da autoridade no quadro da sua principal função, afinal, o estrito cumprimento dessa Autoridade ou Lei! E que a experiência revela muitas vezes incapazes de culpa; nesse caso, havia que privar esses agentes da interacção social com os demais cidadãos, pelo menos enquanto perdurassem os sintomas... Pode dever-se à incapacidade dos funcionários do sistema judicial facultarem a melhor justiça em tempo útil aos cidadãos, ou à inequívoca violência que a admissão de militares no quadro de polícias civis acarreta, à falta de formação cívica e, sobretudo, jurídica que, manifestamente, coordena a vida nos "quartéis" das polícias ... Mas são tantos, e de tal forma conexos, os factores que tal realidade determinaram, que de nada adiantará alongar-me em exposições contemplativas ou, num ridículo esforço, diagnosticativas!

Interessa é sabermos, em Liberdade, ser! E, atentas as contrariedades que se colocam a esta legítima prerrogativa nas nossas vidas, não nos vão deixar em paz enquanto o tentarmos. Mas nada me demoverá. Aspiro a ser. Nesta e noutra vida qualquer.

Como alguém disse: "Tou-m'a cagar!"

Anónimo disse...

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