Olá povo! Neste primeiro post de Cabo Verde vou falar um pouco do povo, da cultura, da musica, etc, e depois sim, com tempo farei um post por cada ilha que visitei, porque cada ilha é diferente da outra, e da outra, e da outra, assim como as pessoas e a cultura.
O cabo Verdiano é uma pessoa espetacular, simpático, honesto, divertido, "dançante" e "cantarolante".
Lingua oficial: Português
Lingua mais falada: Criolo
Moeda: Escudo cabo verdiano, 1€ = 110$00
Temperatura: Entre os 23º e os 30º (dia e noite)
Temperatura da água: Entre os 20º e os 22º
Lemas não oficiais: "Não há stress em Cabo Verde"; "Não stress, Não canseira = Cabo Verde"; "Jah Live"
A maioria dos habitantes são criolos (mestiços), e eles são capazes de adivinharem de que ilha são só pela côr da pele. Por exemplo, o habitante de Santiago é muito mais escuro que todos os outros, ao passo que os da ilha de Sto Antão são os mais claros. E porquê? Porque as ilhas eram habitadas por portugueses e escravos vindos principalmente da Guiné. Certas ilhas foram povoadas mais tarde e com menor quantidade de familias brancas, daí serem mais escuras que outras.
Deixemos a hitória de lado e passemos aos factos. Conheci Cabo Verdianos, e não só, que me trataram bem, e foram muito simpáticos, como todo o cabo verdiano.
As 3 primeiras noites passei na ilha do Sal onde conheci o "Reggea Dance Power" (como eu o baptizei). Este tipo fazia colares com buzios que apanhava na praia, estava triste por eu ter chegado 1 dia depois do grande festival que houve na vila de Sta Maria, e onde, segundo ele actuou uma banda reaggea de Caboverdianos que moram na Holanda, mas que ele nunca conseguiu lembrar o nome. Ele também não se lembra de muito pois a "moca" que ele estava era muita (ele aínda estava todo fodido). Passava o tempo todo a dizer-me: "já ouço reaggea desde os 10 anos".
Mais tarde conheci o Cubano (é assim conhecido em todas as ilhas) enquanto a Susana fazia as tranças. O Cubano era um tipo que já tinha estado em França, e que tinha tirado um curso de economia em Cuba, mas quando regressou a Cabo Verde rasgou o diploma, e tornou-se num artista (palavras dele). Este homem era o verdadeiro revolucionário, embora ele afirma-se ser um hippie. Era totalmente contra a "colonização italiana" (depois explico), e estes já lhe tinham queimado a tenda 5 vezes. Agora mora com os pescadores. Viaja constantemente de ilha para ilha e faz estatuas, figuras, etc. Mais tarde noutras ilhas encontrei coisas em cafés e praias feitas pelo Cubano, o artista. Disse que me curtiu pelo simples facto de eu tar deitado no chão a brincar com os putos da vila, pois segundo ele não é normal nos turistas, nem tar deitado na praça, nem brincar com os putos.
Vává, este é de Sto Antão mas trabalhava na ilha do Sal. Mestiço, muito claro, tal como todos os que conheci de Sto Antão. Mais uma pessoa extremamente simpática. Não há muito mais a falar sobre este, a não ser o facto de ter 3 filhos, mas não era casado nem vivia junto, nada. Pelos Vistos é normal por aqueles lados terem filhos, sim filhos aqui e acolá. "Mulher, isso não. Tenho filhos".
Na ilha de S. Vicente conheci o Augusto "Djô Bomba", o meu guia da noite. Djô Bomba era guia de trackling na ilha de Sto Antão, mas actualmente estava a tirar um curso de Turismo em Mindelo (S. Vicente). Um rapaz (33 anos) muito porreiro que nos levava para bares porreiros com musica ao vivo, ou com bom ambiente, e que afastava os miudos de rua que por vezes apareciam para pedir dinheiro. Foi com ele que aprendi mais sobre Cabo Verde, sobre o criolo, sobre a cultura, etc. Foi sem duvida o Cabo verdiano com quem passei mais tempo e criei alguma amizade.
Conhecemos também no Bar Nautico uma rapariga cujo nome não me recordo que vem para Portugal (Bragança) estudar eng. civil. Dei-lhe o meu nº de telemovel para quando ela viesse para estes lados nos encontrarmos.
Em Sto Antão conheci o Arlindo, que conduzia uma carrinha de caixa aberta, que são os autocarros da ilha. Deu a volta a ilha com ele, e era engraçado porque ele tentava explicar tudo e mostrar que sabia tudo sobre a ilha. Resumindo, queria ser muito profissional, como ele dizia, mas o português por vezes não ajudava, esquecia muito as palavras. Com ele passamos uma das maiores aventuras por Cabo Verde, que mete pedras a caír por ravinas e em cima do carro, chuvas intensas que tiravam quase toda a visibilidade á condução, etc. Outro que tinha 2 filhos, mas...mulher ou esposa, isso não.
Em Santiago só conheci a Ilda (que era de Mindelo, S. Vicente), uma senhora que trabalhava no tribunal em Sta Cruz (interior da ilha), onde segundo ela todos os dias alguém matava alguém, ou "furava" outro, ou um homem agredia a mulher, etc. Na verdade esta também foi a ilha que eu menos gostei (das pessoas). Curioso o facto de esta senhora que estudou em Portugal ter-nos dito que achava o Barreiro (Lx) lindo!!! Estava um dia de muita chuva e vento, e ela, grávida, não aguentou a velocidade do condutor da carrinha de caixa aberta (mini-bus) e pediu para saír sujeitando-se a ficar alí á chuva por horas...´
Conheci também gente de Portugal com destaque para o casal (que não o eram) do SEF que veio em trabalho, e uma moça (31 anos) espanhola de seu nome Victória (andaluza) que conhecemos em Mindelo e com quem saímos uma noite e depois no dia seguinte.
Para terminar, que já está muito longo, a musica. Eles adoram música. Vê-se imensos com o transistor na mão, estão sempre a cantar e a dançar, sempre com musica nos carros, nos cafés, nas praças, nas lojas, nas feiras, tudo!! De velhos a crianças, incrivel. Pelo que me apercebi e fui perguntando há vários estilos musicais, dos quais só me ficaram na memória as Mornas (Cesária Évora), o Murzuka ou Zuka, o Funãnã, e muitos outros. Também há kisomba e kuduro, mas isso já são influências angolanas. A grande cantora do momento é a Lura com o seu lindissimo Hit "narina". Estive ao lado da Lura no Mindelo, mas infelizmente sempre que ela ía tocar era o dia de eu saír para outra ilha, ou então tinha tocado no dia anterior á minha chegado. "Lura tu és mui grande" dizia o Gusto para ela. Ela sorriu e disse "brigadu".
quinta-feira, setembro 30, 2004
Maniere, tudreito?
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